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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

sábado, 21 de outubro de 2017

NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO "APARECIDA" RAINHA DE PORTUGAL E DO BRASIL

Foto de Nova Portugalidade.

Há exactos trezentos anos, aos doze dias do mês de Outubro do ano da Graça de 1717, nas águas do rio Paraíba do Sul, no actual Município de Aparecida, tradicional e popularmente conhecido como “Aparecida do Norte” e por esse tempo pertencente à Vila de Santo António de Guaratinguetá, na então Capitania de São Paulo e Minas do Ouro, humildes pescadores encontraram uma enegrecida imagem de Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Portugal, heróica e cruzada Nação de que nasceu a nossa igualmente heróica e cruzada Nação. Hoje, passados três séculos da retirada da imagem da Santa Virgem do fundo das águas do Paraíba, todos os autênticos brasileiros, quer se considerem ou não católicos, devem evocar, com o máximo respeito, a figura de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, padroeira deste grande Império do ontem e do amanhã, ao lado do injustamente olvidado São Pedro de Alcântara.

A história da popular devoção a Nossa Senhora Aparecida, “página de encantadora poesia”, na expressão de Plínio Salgado, [1] é bem conhecida, mas, ainda assim, julgamos oportuno recordá-la, segundo os relatos do Padre José Alves Vilela, de 1743, e do Padre João de Morais e Aguiar, de 1757, relatos estes que se encontram no Primeiro Livro de Tombo da Paróquia de Santo António de Guaratinguetá.

Naqueles longínquos idos de Outubro do ano da Graça do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de 1717, quando D. Pedro Miguel de Almeida Portugal e Vasconcelos, Conde de Assumar e Governador da Capitania de São Paulo e Minas do Ouro, se encontrava na Vila de Santo António de Guaratinguetá, de onde seguiria para as Minas, o Senado da Câmara da aludida Vila resolveu fazer um banquete em homenagem ao visitante ilustre, solicitando a Domingos Garcia, João Alves, Filipe Pedroso e outros pescadores que fossem conseguir peixes para o referido banquete. Os pescadores foram pescar em suas canoas e embalde lançaram as redes por diversas vezes nas caudalosas águas do Paraíba, não conseguindo tirar delas sequer um peixe. Chegando à conclusão de que era inútil prosseguir em sua faina, todos os pescadores, com excepção dos três mencionados pelo nome, volveram às suas moradas, às margens do rio. Algum tempo mais tarde, quando os três pescadores se encontravam próximos ao porto de Itaguaçu, onde tinham chegado seguindo a correnteza, um deles, mais precisamente João Alves, lançou sua rede uma vez mais, pescando, no lugar de peixes, uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, sem a cabeça. Deitando novamente a rede, apanhou o pescador a cabeça da Santa Virgem Aparecida, que foi em seguida juntada ao corpo. Os três pescadores deitaram novamente as suas redes, apanhando tantos peixes que se viram forçados a aportar, posto que o volume da pesca era tão copioso que ameaçava afundar as embarcações. Foi este o primeiro dos inúmeros milagres da Virgem Morena, que assim ficou em razão do tempo que permaneceu no fundo do rio.

Como ressaltou Plínio Salgado, o mais injustiçado dos grandes pensadores e escritores católicos do Brasil, na magnífica conferência Mensagens ao Mundo Lusíada, a 6 de Fevereiro de 1818, data de sua coroação, El-Rei D. João VI, soberano do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, instituiu a Ordem Militar da Conceição de Vila Viçosa e confirmou a consagração que El-Rei D. João IV fizera das Pátrias Lusíadas a Maria Imaculada, em 1646. Conforme igualmente sublinhou o autor de O Rei dos Reis e de Primeiro, Cristo!, D. João VI, primeiro príncipe português a pisar o solo brasileiro e americano, foi quem elevou o Brasil à categoria de Reino, aos 16 dias do mês de Dezembro do ano da Graça de 1815, data em que a nossa Terra de Santa Cruz se tornou uma “nação independente, conquanto unida a Portugal, na grande fórmula dos Reinos componentes da comunidade lusíada”. Portanto, ainda como frisou Plínio Salgado, a mão que assinou a outorga de maioridade e de personalidade política a esta Terra de Santa Cruz foi a mesma nobre e inspirada mão que aos povos lusíadas dos dois lados do Atlântico “legou um penhor de união indissolúvel no culto de Maria Imaculada”, [2] a quem, nas palavras do autor de Mensagens ao Mundo Lusíada,

“proclamamos Rainha e Padroeira de Portugal, do Brasil e de todos os povos que falam a mesma língua em que Camões cantou e em que rezaram os Santos, os Cavaleiros e os Reis construtores da nossa História e profetas do nosso Destino”. [3]

Ainda conforme enfatizou o magno adail da Fé e cavaleiro do Brasil Profundo que foi e é Plínio Salgado, só com Maria Imaculada e por Ela, os brasileiros e portugueses lograrão salvar o património da Civilização Lusíada “da voragem de misérias que, sob rótulos pomposos e esperanças ilusórias se escondem na boca dos falsos profetas”. [4]

Ao tratar da mensagem de Nossa Senhora Aparecida, observou o assinalado autor de A Tua Cruz, Senhor (Plínio Salgado) que é esta uma mensagem essencialmente “antirracista, uma proclamação do universalismo católico, que abrange todos os tipos humanos, sem predominância de um sobre os outros” e que só não pode ser aceito por aqueles que, equivocadamente, pretendem “fundar a justiça na base de particularismos étnicos”. [5] “Mãe de todas as gentes em todas as latitudes e em todas as expressões dos caldeamentos”, assim como “símbolo da Universalidade Católica, da Comunhão dos Santos, luz a um tempo de cambiantes boreais e fulgurações tropicais”, [6] Nossa Senhora parece querer dizer à nossa Terra de Santa Cruz, que tem recebido correntes imigratórias de todo o Mundo:

“esta é a Pátria formada sob as luzes do Evangelho, que o português interpretou e realizou na obra civilizadora e os brasileiros continuam, confraternizando todos os povos do planeta”. [7]

Como igualmente salientou o bandeirante da Fé e do Império que foi e é Plínio Salgado, tudo o que Nossa Senhora tem realizado, ao longo dos séculos, “para conservar o Brasil fiel aos costumes cristãos”, particularmente naquilo que se refere à Família, cellula mater da Sociedade, e tudo aquilo que ela tem presidido de nobre e grandioso na construção da Nacionalidade, “tudo isso é graça, é aviso, é mensagem trazendo a luz do Céu”. [8]

Sejam estas as nossas singelas palavras a propósito de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, e de sua mensagem, mensagem estuante de Catolicidade e de Brasilidade e, portanto, de Lusitanidade, de Portugalidade.

Victor Emanuel Vilela Barbuy,
São Paulo, 12 de Outubro de 2017. 


Notas: 
[1] Mensagens ao Mundo Lusíada, in O Rei dos Reis, 5ª edição, in Obras completas, volume 6, 2ª edição, São Paulo, Editora das Américas, 1957, p. 359.
[2] Idem, pp. 350-351.
[3] Idem, p. 351.
[4] Idem, loc. cit.
[5] Idem, p. 371.
[6] Idem, p. 372.
[7] Idem, p. 371.
[8] Idem, p. 373.

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