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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

domingo, 19 de novembro de 2017

A CIÊNCIA NO BRASIL

Foto de Nova Portugalidade.

A Nova Portugalidade já se encarregou de destruir a calúnia, que muitos propalam por ignorância, ou má-fé, de que no Brasil não se instituíram estudos superiores antes da independência. Demonstrou-se inequivocamente que no Estado do Brasil se ministraram, desde cedo, cursos superiores de Letras e de Ciências, e que o florescimento da alta cultura naquela parte de Portugal não se iniciou na data tardia que, frequentemente, negligenciando ou distorcendo a evidência histórica, se procura fixar em cânone.

O desenvolvimento científico cultivado no Brasil fez-se não somente por meio da oferta de estudos superiores mas também com recurso ao modelo das academias científicas que proliferavam na Europa desde o século dezassete. Os caluniadores de Portugal, que desejam cristalizar a falsa imagem de um império promotor do atraso das suas possessões ultramarinas, esquecem-se invariavelmente de mencionar o facto revelador de a primeira academia científica portuguesa ter sido fundada no Brasil. A Academia das Ciências e da História Natural do Rio de Janeiro iniciou os seus trabalhos em 1772, com quase uma década de avanço sobre a Academia de Ciências de Lisboa, que só principiaria a sua actividade em 1780, e décadas antes do desembarque da Corte portuguesa.

Umbilicalmente ligada à Academia Real das Ciências da Suécia, à qual se afiliavam nomes tão sonantes na história da ciência natural como Lineu, a Academia do Rio de Janeiro formou-se com o propósito de estudar as riquíssimas fauna e flora brasileiras, para com os progressos destas investigações auxiliar o refinamento da agricultura e da medicina. Os académicos reuniam-se regularmente na sede do vice-reinado do Brasil, hoje Paço Imperial. As personalidades mais destacadas da ciência portuguesa da época, como Ribeiro Sanches, colaboraram com o empreendimento investigativo. A Academia instruiu uma selecta geração de homens da ciência, treinados pela observação, pela experimentação e pelo debate e divulgou os seus achados em folhas de imprensa acolhidas com grande entusiasmo. Já não era a Europa que ensinava o Brasil, mas o Brasil que ensinava a Europa, facultando-lhe conhecimentos utilíssimos para todos os domínios da ciência.

A Academia de Ciências e da História Natural do Rio de Janeiro, sendo a primeira academia científica, não foi a primeira academia de estudos superiores no Brasil, tendo sido precedida pela Academia Brasílica dos Esquecidos, surgida em 1724 com o fito de apoiar o trabalho da Academia Real de História Portuguesa. O contributo da Academia de Ciências seria continuado pela Sociedade Literária do Rio de Janeiro, que igualmente se ocupou das questões naturais. A experiência e saber acumulados seriam continuados também pelos muitos brasileiros preparados na Academia que viriam a ensinar nos cursos da Universidade de Coimbra.

Hugo Dantas


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