Novas perspectivas se têm aberto ultimamente sobre a vivência da clandestinidade católica no Japão após a expulsão dos missionários oriundos de Macau e consequente fechamento do arquipélago aos contactos com os portugueses. Durante muito tempo pensou-se que após o chamado século cristão, a maioria dos católicos havia abjurado da sua fé e regressado à prática do budismo e do xintoísmo. Porém, nos últimos anos, estudos atentos a subtis vestígios da vida oculta de muitos japoneses residentes nas regiões que haviam conhecido grandes conversões, revelam resultados inesperados. Objectos votivos consagrados a Buda encerravam no seu interior crucifixos, pelo que os altares a Buda existentes em muitos lares eram, afinal, altares cristãos, deusas japonesas, nomeadamente as da fertilidade e do sol substituíam Nossa Senhora e bolos de arroz - comuns na gastronomia japonesa - eram marcados com uma cruz, pelo que, ao comê-los em família - talvez na presença de um sacerdote católico nativo - se realizava a eucaristia.
Há cerca de cinco anos, por mera casualidade, um coleccionador de lâminas japonesas mandou restaurar algumas das peças que pediam intervenção. Para seu espanto, ao serem retirados e abertos os punhos, verificou-se que continham crucifixos. Estas armas pertenciam à elite guerreira samurai, o grupo social dominante que manteve as rédeas do poder até ao fim do período Tokugawa, sendo que o mais surpreendente foi verificar que algumas das armas haviam sido fabricadas nos séculos XVII e XVIII, ou seja, após a proibição da religião dos portugueses.
MCB
Há cerca de cinco anos, por mera casualidade, um coleccionador de lâminas japonesas mandou restaurar algumas das peças que pediam intervenção. Para seu espanto, ao serem retirados e abertos os punhos, verificou-se que continham crucifixos. Estas armas pertenciam à elite guerreira samurai, o grupo social dominante que manteve as rédeas do poder até ao fim do período Tokugawa, sendo que o mais surpreendente foi verificar que algumas das armas haviam sido fabricadas nos séculos XVII e XVIII, ou seja, após a proibição da religião dos portugueses.
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